Galicia gana terreno a León

O Courel recupera montes a lo largo de seis kilómetros que estaban sin deslindar, pero no logra la cumbre de A Cogoluda, que antiguamente era en parte gallega

A lo largo de unos seis kilómetros de montaña empinada (aunque los pinos vinieron luego) la raia nunca llegó a pintarse. Los vecinos de hace 84 años, unos del lado de Galicia, los otros del de León, no tenían prisa por entenderse. Así que el Instituto Geográfico tomó la determinación de levantar acta, dando por válido el desacuerdo, el 22 de noviembre de 1926: «La línea de término entre los mojones quinto y sexto se deja sin describir por no haber habido conformidad en cuanto a la posesión de hecho ni a la de derecho entre las comisiones presentes». Con estas palabras se abría un paréntesis en la frontera, confirmado en 1972, de nuevo por el Instituto Geográfico. El mapa del catastro tampoco aclaraba nada, porque pintaba la línea municipal más adentrada en Galicia que el límite provincial y autonómico. Incluso cuando se delimitó el espacio protegido por la Red Natura, se siguió la raya falsa que empequeñecía O Courel. Daba la impresión de que un pedazo del municipio leonés de Oencia era gallego. Aunque no era esto algo que importase mucho a la gente, las cosas sobre el papel, porque en realidad, en aquel confín del país gallego los vecinos de Ferramulín (O Courel) y Villarrubín (Oencia) respetaban, como antaño, los usos y costumbres.

[…]


https://elpais.com/diario/2010/11/11/galicia/1289474302_850215.html

Alcobaça-Azoraira

Hoje vou-vos falar de uma fronteira muito pouco conhecida, na Serra do Leboreiro. Trata-se da fronteira entre uma aldeia portuguesa, Alcobaça, e uma galega, Azoraira, separadas pelo ribeiro do Trancoso, um riacho que se transforma num rio pequeno afluente do Minho e que desagua no ponto mais setentrional de Portugal. O território faz parte da região do Alto Minho, pertencente ao concelho de Melgaço, e da parte da Galiza às Terras de Celanova, ao concello de Padrenda, na província de Ourense.


O acesso, da parte portuguesa, faz-se pela estrada que vai de São Gregório, na freguesia de Cristóval até Castro Laboreiro, já no Parque Nacional da Peneda-Gerês. A subida faz-se entre pequenas aldeias e uma densa vegetação com uma floresta típica da região atlântica, baseada no carvalho e o castanheiro, misturado tudo com lameiros para pastagens de gado, designadamente vacum.

Ambas as aldeias apresentam o mesmo feitio: casas de pedra granítica bem preparadas para resistir a chuva, o vento e os longos e frios Invernos e um regresso ao mundo rural profundo: a boiada a pastar, carros de bois cheios de palha, velhas vestidas todas de preto com lenço na cabeça, flashes de uma vida que não se sabe bem o quanto conseguirá resistir neste mundo da globalização e da modernidade. Será compatível a Internet com este modo de vida? Até pode parecer contraditório, mas acreditem que eu acho… Modernidade e tradição não têm por quê estar renhidas. De resto, para além do tradicional marco fronteiriço, nada indica que mudamos de um país para outro. Talvez, apenas a igreja matriz de Alcobaça nos indique que estamos ainda em Portugal, visto que as igrejas galegas rumaram para um estilo diferente no século XVIII, copiando o modelo da fachada do Obradoiro de Santiago.

[continua em Fronteiras]